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INTERNACIONAL Terça-feira, 13 de Setembro de 2016, 08:55 - A | A

Terça-feira, 13 de Setembro de 2016, 08h:55 - A | A

TROFÉU

Eduardo Cunha culpa governo por cassação e diz que se tornou "troféu do PT

IG

Logo após a Câmara dos Deputados determinar, por 450 votos a 10, a cassação de seu mandato como deputado federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) atacou o Palácio do Planalto e disse que se tornou um "troféu para o PT" em entrevista coletiva.

 

Evitando falar em 'traição' e sem citar diretamente o presidente Michel Temer, Cunha atacou o governo por supostamente ter "entregado sua cabeça" ao patrocinar a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) como novo presidente da Câmara dos Deputados.

 

"Eu culpo o governo não porque ele tenha me abandonado, mas porque ele aderiu à agenda da minha cassação. O governo é culpado quando fez uma aliança com o PT [pela eleição de Rodrigo Maia] e a minha cassação estava na pauta", disse o peemedebista.

 

Assim como já havia feito durante sua defesa na tribuna da Câmara, o ex-presidente da Casa, responsável pela abertura do impeachment contra Dilma Rousseff, disse que havia se tornado um "troféu" para o PT "fomentar o discurso do golpe".

 

 

 

"Eu cometi muitos erros. Sou um ser humano e já admiti isso. Mas não foram meus erros que levaram à cassação. Eu fui vítima de uma vingança política. Estamos vivendo um processo político em que eu virei o troféu para fomentar o discurso do golpe. Era óbvio que, quando se programou um processo desses às vésperas da eleição, ia dar no que deu", declarou. 

 

Cunha afirmou que irá recorrer da decisão no Judiciário e questionou os trâmites adotados durante o processo contra ele por quebra de decoro parlamentar.

 

"Se até o presidente do Supremo [Ricardo Lewandowski] aceita destaque na votação do impeachment no Senado, como é que o presidente da Câmara não aceita? Eu sei que o regimento foi descumprido várias vezes. Foi um jogo político e ele [Rodrigo Maia] conseguiu entregar minha cabeça", disse o agora ex-deputado.

 

Além de culpar o governo e o PT, Cunha também atribuiu o resultado da votação desta segunda-feira ao período eleitoral e a uma suposta "campanha" das Organizações Globo contra ele.

 

Eduardo Cunha rejeitou mais uma vez que faria qualquer tipo de acordo de delação premiada e anunciou que irá escrever um livro sobre o processo de impeachment. 

 

"Vou escrever um livro com diálogos com todos os que discutiram o impeachment comigo. Todo mundo. Eu acho que a sociedade merece conhecer todos os detalhes", disse.

 

Perguntado sobre o por quê decidiu escrever um livro apenas após a cassação de seu mandato, Cunha desconversou. "Eu já ia escrever, mas agora vou escrever mais rápido porque tenho tempo."

 

O ex-deputado reconheceu que agora deverá responder aos processos no qual é réu na Operação Lava Jato em uma instância inferior da Justiça, já que perdeu o foro privilegiado.

 

Questionado sobre uma possível traição de seus antigos aliados no chamado 'Centrão' da Câmara, Cunha disse que ainda não tinha visto o voto de cada parlamentar. "Mas se votaram mesmo, foi hipocrisia", encerrou o peemedebista.

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