O procurador-chefe de Istambul declarou nesta quarta-feira (31) que o jornalista saudita Jamal Khashoggi, morto em 2 de outubro dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, foi estrangulado assim que entrou no local, e que teve seu corpo desmembrado pelos assassinos.
O procurador, Irfan Fidan, confirmou nesta quarta-feira as informações que já haviam vazado na imprensa local e acrescentou, em um comunicado oficial da Justiça turca, que os assassinos do jornalista desapareceram com seu corpo.
Fidan, que havia conversado no começo da semana com o procurador saudita encarregado da investigação sobre a morte de Jamal Khashoggi, confirmou as declarações do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de que o assassinato do jornalista havia sido planejado.
Quatro semanas após sua morte, os investigadores ainda não encontraram o corpo de Khashoggi, que havia se exilado no ano passado nos Estados Unidos. Ele colaborava regularmente com o jornal Washington Post com artigos críticos ao herdeiro do trono saudita, o príncipe Mohamed ben Salman.
Revelações sobre armas químicas sauditas no Iêmen
Segundo o jornal inglês Express desta segunda-feira (29), Khashoggi estava prestes a revelar o uso de armas químicas pela Arábia Saudita no Iêmen. O serviço secreto britânico interceptou mensagens da Inteligência saudita, revelando ordens de um “integrante do círculo real” para sequestrar um jornalista incômodo e levá-lo de volta para a Arábia Saudita. Isso três semanas antes do desaparecimento de Khashoggi, visto pela última vez entrando no consulado, no dia 2 de outubro, em Istambul.
As informações são de fontes próximas ao serviço britânico, informa o jornal inglês. As ordens não vieram diretamente do príncipe Mohammed bin Salman e não se sabe se ele estava ciente dessa orientação. Na semana passada, o procurador-geral saudita confirmou que o assassinato foi premeditado, em contraste com explicações iniciais que Khashoggi teria sido morto após o início de uma briga.
A Arábia Saudita negou, a princípio, a morte do jornalista, que era um forte crítico de Riade, e chegou a declarar que ele deixou o consulado com vida, em 2 de outubro. No entanto, depois do vazamento de vídeos feitos por câmeras de segurança do consulado saudita em Istambul, Riade reconheceu que o jornalista morreu no local.
O príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, considerado o homem forte do reino, não estaria a par do assassinato, que foi consequência de "uma operação não autorizada", alegou o regime.
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