Um professor do Texas está sendo investigado depois de "convidar" agentes da Agência de Imigração e Fronteiras (ICE, na sigla em inglês) para irem até a escola em que trabalha, no Texas, nos Estados Unidos, em um post sobre os números das primeiras operações do órgão na rede social X.
O homem, que não foi identificado publicamente e foi retirado do cargo de substituto até que as investigações sejam concluídas, escreveu que agentes da ICE "deveriam ir à escola NorthSide, em Forth Worth" para encontrar imigrantes ilegais e criticou:
"Tenho muitos alunos que nem falam inglês e estão na 10ª ou 11ª série. Eles têm que se comunicar comigo pelo tradutor do iPhone. O [Departamento de Educação dos EUA] deveria reformular totalmente nosso sistema escolar, no Texas também".
O Distrito Escolar de Fort Worth, após anunciar a investigação contra o professor e seu afastamento, tentou tranquilizar os pais de alunos e disse estar comprometido "em manter um ambiente positivo e de apoio para todos os alunos" em um comunicado postado tanto em inglês como espanhol.
De acordo com a rede CBS News Texas, 93% dos alunos do distrito se identificam como hispânicos ou latinos.
O caso, que ganhou repercussão na sexta-feira (24), acabou gerando um protesto em Fort Worth no domingo (26), pedindo a proteção das crianças nas escolas do Texas. A professora Jeanette Martinez contou à FOX News local que seus alunos estão com medo de ir para a aula.
"Na sexta-feira, três dos meus pais disseram que não mandariam mais os filhos para a escola porque estavam com medo. Eles estão apenas tentando obter educação. As crianças não devem ter medo", lamentou.
Famílias indocumentadas em todo o país estão sentindo medo e preocupação agora depois que o governo Trump anunciou que permitiria prisões de imigrantes em escolas, igrejas e hospitais — encerrando uma política que estava em vigor desde 2011.
O deputado democrata do Texas Marc Veasey usou o X para comentar o caso: "As crianças devem se sentir seguras e apoiadas na escola, não alvos dos próprios educadores que deveriam orientá-las. Esta situação alarmante na NorthSide High é um lembrete do trabalho que devemos fazer para proteger todas as crianças, não importa de onde venham".
Busca por imigrantes
Agentes do governo Trump começaram a prender imigrantes ilegais em Nova York nesta terça-feira (28), segundo a secretária do Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês).
"Estrangeiro criminoso com acusações de sequestro, agressão e roubo está agora sob custódia, graças ao ICE. Canalhas como este continuarão sendo removidos de nossas ruas. (...) Estamos fazendo exatamente o que o presidente Trump prometeu ao povo americano —tornar nossas ruas seguras", afirmou Noem em publicação no X ao compartilhar o vídeo da prisão.
O ICE define essas ações como "operações direcionadas de aplicação da lei", em que são aplicadas "prisões planejadas de estrangeiros imigrantes ilegais criminosos conhecidos e que representam uma ameaça à segurança nacional ou à segurança pública".
O número de imigrantes presos pela agência no governo Trump chegou a 4.521, segundo balanço diário compartilhado pelo ICE na tarde desta terça-feira. Os informes, que começaram a ser divulgados na quinta-feira passada (23), não deixam claro se todos os imigrantes presos estão em situação ilegal. Ainda segundo a ICE, outros 3.519 pedidos de mandados de prisão foram protocolados nesse período.
De acordo com o ICE, as operações são realizadas em cooperação com agências federais como o FBI, o Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF), a agência antinarcóticos (DEA), o escritório local da ICE e o Serviço de Delegados dos EUA.
A operação em Nova York faz parte das políticas anti-imigração aplicadas por Donald Trump já no primeiro dia de seu mandato na Casa Branca, que completou uma semana na segunda-feira. Prisões de imigrantes infratores também foram registradas em outras cidades por todo o país, como em Newark, em Chicago, Seattle, Atlanta, Boston, Los Angeles, Nova Orleans e regiões no estado de Maryland.
O prefeito de Newark, cidade de Nova Jérsei conurbada com Nova York, acusou o governo de prender civis americanos, entre eles um veterano de guerra.
Já em Chicago, famoso reduto democrata e com grande comunidade imigrante, os agentes do ICE foram de porta em porta para prender esses imigrantes.
O governo Trump estabeleceu uma meta de prisões diárias aos agentes da Imigração e Alfândega dos EUA, segundo o jornal norte-americano "The Washington Post". Após decepção de Trump com os primeiros resultados, os agentes da agência foram cobrados para prender entre 1.200 e 1.500 imigrantes por dia.
O apresentador e personalidade da TV norte-americana Dr. Phil acompanhou a operação do ICE em Chicago. Phil se encontrou com Tom Homan, o novo "czar da fronteira", elogiou as prisões realizadas pelo governo Trump e disse que "não estão varrendo bairros, como algumas pessoas estão tentando insinuar".
Brasileiros deportados
Um avião com 88 brasileiros deportados pousou em Manaus na última sexta-feira (24). Os repatriados estavam ilegais nos EUA e foram expulsos pelo governo Trump.
No entanto, o Itamaraty afirmou que cobrará explicações ao governo dos EUA por conta da situação dos brasileiros ao chegarem no Brasil, algemados nas mãos e nos pés. Os brasileiros relataram agressões e humilhações durante o voo.
Brasileiros ilegais que estão nos EUA relataram ao g1 um clima generalizado de aflição e alerta na comunidade brasileira diante das deportações em massa no país.
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