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INTERNACIONAL Terça-feira, 22 de Abril de 2025, 14:19 - A | A

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diz inteligência

Rússia está intensificando ataques cibernéticos contra a Europa

R7

Rússia está intensificando ataques cibernéticos e operações híbridas contra a Europa para desestabilizar sociedades e infraestruturas críticas, disse um relatório da MIVD, a agência de inteligência militar da Holanda, divulgado nesta terça-feira (22).

O documento alega que a ameaça russa não mostra sinais de diminuição, mesmo diante da possibilidade de um cessar-fogo na guerra contra a Ucrânia, que já dura mais de três anos.

O MIVD diz que hackers russos realizaram no ano passado o primeiro ataque de sabotagem cibernética contra um serviço público holandês, com a intenção de assumir o controle do sistema.

A agência disse que o ataque frustrou e o impacto foi mínimo. Ela não especificou qual serviço foi alvo, mas destacou que operações russas também visaram infraestruturas críticas, possivelmente como preparação para futuras sabotagens.

“Vivemos em uma zona cinzenta entre a guerra e a paz”, disse o ministro da Defesa holandês, Ruben Brekelmans, em resposta ao relatório. Ele reforçou a necessidade de fortalecer as forças armadas e a indústria de defesa para evitar vulnerabilidades diante da Rússia.

Ameaças híbridas

O relatório aponta que a Rússia intensificou, nos últimos anos, táticas de ataque híbridas, que incluem desde ataques cibernéticos e campanhas de desinformação até espionagem e sabotagem física contra a Europa.

Durante as eleições europeias de 2024, por exemplo, hackers russos tentaram atrapalhar o processo eleitoral holandês, atacando sites de partidos políticos e empresas de transporte público para dificultar o acesso dos cidadãos às urnas.

Além disso, o MIVD identificou operações russas mapeando infraestruturas no Mar do Norte, como cabos de internet, sistemas de fornecimento de água e energia, com o objetivo de espionagem e possíveis atos de sabotagem.

As ações ecoam alertas de outros países ocidentais, como o Reino Unido, cujo chefe de espionagem acusou a Rússia, em novembro de 2024, de uma “campanha incrivelmente imprudente” de sabotagem na Europa.

As tensões entre a Rússia e a Holanda ganharam força após a queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, em 2014, abatido por um míssil russo no leste da Ucrânia. Das 298 pessoas que morreram no incidente, 193 eram cidadãos holandeses.

Apesar de evidências, o Kremlin nega responsabilidade na queda do avião. Desde então, a Holanda enfrentou diversas hostilidades russas, como tentativas de infiltração no Tribunal Penal Internacional e no órgão de vigilância de armas químicas, ambos em Haia, segundo o MIVD.

“A Rússia está usando uma abordagem de ‘toda a sociedade’ para suas operações cibernéticas, representando uma ameaça crescente para a Holanda e seus aliados”, disse o relatório.

A Holanda, apesar do tamanho geográfico reduzido, é considerada estrategicamente vital para a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) devido à localização no Mar do Norte e à infraestrutura do porto de Roterdã, o maior da Europa.

Recentemente, o governo holandês anunciou um investimento de € 3,5 bilhões (cerca de R$ 23 bilhões) para apoiar a Ucrânia nos próximos dois anos. A ajuda inclui compartilhamento de informações sobre atividades cibernéticas russas.

China também preocupa

O relatório holandês também destaca a China como uma ameaça significativa, especialmente por seu apoio à Rússia e sua postura agressiva em relação a Taiwan.

A espionagem cibernética chinesa, voltada para governos ocidentais e empresas de defesa, foi mais extensa do que se imaginava, com foco especial na indústria de semicondutores holandesa.

Tanto Moscou quanto Pequim negam as acusações de envolvimento em atividades cibernéticas hostis.

 

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