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03 de Julho de 2024

OPINIÃO Quinta-feira, 04 de Janeiro de 2024, 06:24 - A | A

Quinta-feira, 04 de Janeiro de 2024, 06h:24 - A | A

LOUSDEMBERGUE RONDON

O cristão e a política

Uma breve observação sobre a moralidade, economia e política

LOUSDEMBERGUE RONDON

O maior erro do cristão é não saber o que defende. O segundo maior erro é não saber como defender. Fico preocupado com a ingenuidade dos cristãos em acreditar que tudo é meramente espiritual e deve se limitar a apenas orar. 

A fé burra não serve de nada. “A fé por si só, se não for acompanhada de obras, está morta” (Tiago 2:14). 

Toquei brevemente em 15 tópicos que frequentemente preocupam cristãos em relação à política. Ninguém colocará uma arma na sua cabeça e obrigará a negar o seu Deus. Você fará isso de livre e espontânea vontade após ter passado a vida toda por um processo de imbecilização promovido pelo marxismo cultural.

O inimigo age através da cultura, da moralidade, das leis, da família e da política. Todas as políticas dele estão fantasiadas de algo bom.

Todas parecerão agradáveis, razoáveis e cheias de amor ao próximo. “Eu os envio como ovelhas no meio de lobos. Portanto, sejam astutos” (Mateus 10:16).

1) Moralidade.

Qual a origem da moralidade? A verdade objetiva moral é atemporal e universal. Deus é a única explicação para a existência da verdade objetiva moral. Esta verdade independe da opinião do homem. Se Deus não existe, a verdade objetiva moral não existe. Mas de fato a verdade objetiva moral existe, portanto Deus existe.

2) Liberdade.

O amor é a prova do livre-arbítrio, já que ele não pode ser forçado. Sem o poder de escolha não podemos escolher amar a Deus. E se foi nos dado poder de amar, significa que ele é tão importante quanto o poder do livre-arbítrio.

2.1) Propriedade.

Cada um é livre para procurar a própria felicidade e viver da maneira que melhor lhe agradar. Apesar disso, a liberdade não é um princípio, porque ela não respeita limites; o princípio do direito natural é o direito à propriedade; a possibilidade de ser dono de algo que deve ser seu de forma legítima.

2.3) Liberdade de expressão.

A liberdade de expressão é um princípio adquirido através do direito à propriedade, no caso, o direito do indivíduo ser dono do próprio pensamento e da própria boca. O homem tem direito de falar tudo que quiser, sem ser punido por ofensas ou por mentiras. Ela é fundamental para existir: a) Busca pela verdade; b) Troca de conhecimentos e aprendizado; c) Fazer política; d) Mudança de opinião; e) Liberdade religiosa; f) Ter uma identidade e autonomia; g) Formação de sociedade; h) Defender-se contra injusta agressão. i) Promover a tolerância; j) Exigir justiça.

2.4) Limites.

Deus criou a ordem natural das coisas e as leis não podem ultrapassar esses limites. Não cabe ao homem alterar o mundo de Deus, ao homem cabe apenas a obediência. O cristão deve se afastar de todas as políticas que queiram se livrar de Deus, que queiram remover o poder da família e da igreja, ou que firam os direitos naturais dados por Deus.

2.5) Segurança.

O direito à defesa é contra aqueles que iniciam uma injusta agressão ao violar a propriedade do outro. A segurança pública e privada é a primeira coisa a ser criada em uma sociedade. É fundamental para existir comércio e o convívio social. A violência e a agressão não são inerentemente ruins, são ferramentas de uso legítimo se usadas unicamente em caso de defesa.

3) O Estado.

É preciso limitar o poder do Estado a fim de que ele não usurpe as liberdades individuais. A manutenção do Estado exige dinheiro, mas como o Estado é incapaz de produzir riqueza, ela deve ser retirada de quem produz. A riqueza retirada da sociedade deve ser extremamente limitada. E o Estado não pode abusar da autoridade que o povo o entregou, ao se intrometer na economia e nos meios de produção.

Se Deus nos deu o livre arbítrio, pressupõe que devemos ter responsabilidade pelas próprias ações. Desta forma é ir de encontro a Deus a maximização da autonomia do indivíduo, da família, da igreja e da comunidade. Portanto a servidão do indivíduo e das instituições ao Estado deve ser reduzida.

Deus organizou a sociedade de forma hierárquica, de maneira que o poder do Estado está obrigatoriamente submisso a autoridade de Deus, e sem Ele o poder do Estado se torna ilimitado e ilegítimo. Assim eu justifico a incompatibilidade de um Estado ateu e os direitos dos indivíduos. Uma conclusão óbvia que explica as carnificinas ocorridas no século XX.

O Estado deve surgir de dentro de uma comunidade, o Estado não pode ser uma instituição alheia, avesso aos valores e princípios morais daquela comunidade que o constitui. É razoável que as funções que ele exerça envolvam, quase que exclusivamente, a segurança interna e externa de um país e a justiça. Questões de cunho econômico, cultural ou moral devem ser deixadas para instituições não governamentais. O Estado deve ser uma ferramenta de defesa da comunidade.

3.1) Monarquia constitucional.

A monarquia constitucional apresenta uma divisão de poderes entre o chefe de Estado e o líder de governo. É um sistema que preza pela estabilidade do país e pela cautela nas mudanças.

Como o poder é vitalício e hereditário, o rei tende a ter maior zelo com o país, porque ele será um dia responsabilidade do próprio filho. Já o político eleito tende a aproveitar todas as oportunidades de se beneficiar naquele tempo que estará à frente do governo, os interesses pessoais poderão conflitar com os interesses do país. 

Com o monarca, o político enxerga um limite ao poder do governo. Ao meu ver, a monarquia é bíblica, tradicional e menos corrupta.

Ao chefe de Estado cabe a representação cerimonial, simbolizar a nação, participar de atividades diplomáticas e chefiar as forças armadas. Ao governo, a elaboração de políticas, a administração e a nomeação de autoridades.

3.2) Lei.

A função da lei é proteger os direitos individuais, que são a vida, liberdade e propriedade. A lei não deve ser usada para beneficiar um grupo de pessoas em detrimento de outros.

4) Economia.

A economia trata da qualidade de vida da população. Ela é resultado da escolha feita por indivíduos e o valor das coisas é subjetivo (depende da utilidade que a pessoa atribui ao produto). O livre mercado consegue coordenar sozinho as atividades econômicas. As pessoas perseguem interesses próprios em um sistema de mercado competitivo. 

4.1) Inflação.

Inflação não é o aumento de preços, mas sim o aumento artificial da oferta de dinheiro e crédito, promovida pelo Estado. É uma forma de falsificação de dinheiro, o Estado pode recorrer a esta prática para pagar as despesas. Além disso, causa distorções nos preços, bolhas e crises econômicas. Também aponta uma falsa demanda dos consumidores e realoca recursos. Já que a moeda não é lastreada não existe nada que assegure o valor dela.

4.2) Capitalismo.

É um sistema de trocas voluntárias fundado no direito à propriedade privada “Não roubarás”. Nesta troca os participantes sempre saem mais ricos. A riqueza não existe naturalmente, o estado natural do ser humano é a miséria. A riqueza é criada com a invenção e prestação de um serviço útil para a sociedade. O consumismo é ruim porque novos empreendimentos só poderão ser formados se a população poupar dinheiro. Isso deve abastecer os bancos que terão dinheiro para emprestar.

4.3) Riqueza.

A criação da riqueza é um processo em que os empreendedores identificam oportunidades de mercado, coordenam recursos para atender a demanda dos consumidores e assumem riscos. O homem tem preferências subjetivas e o empreendedor satisfaz as necessidades e desejos do consumidor por meio de trocas voluntárias.

4.4) Planejamento central.

O planejamento central da economia é ineficiente devido à impossibilidade do cálculo econômico. Em uma economia socialista, onde os meios de produção são propriedade do Estado, a interação entre o mercado e esses meios é prejudicada, resultando em alocação artificial de recursos. A ausência de mercados para os meios de produção implica a inexistência de preços, impossibilitando o cálculo eficiente dos custos e a adaptação às necessidades dos consumidores.

5) Comunismo (socialismo).

O comunismo é o maior inimigo do cristão, da família, da igreja, da sociedade e de Deus. Não é à toa que o Papa Pio XI, emitiu uma encíclica chamada "Divini Redemptoris" em 1937. Neste documento o Papa condenou o comunismo como incompatível com a igreja, principalmente pela proibição da liberdade religiosa e da promoção do ateísmo.

O cristão deve condenar qualquer ideologia socialista. O socialismo é um projeto de estado totalitário, que está em constante mudança de fantasia, mas o objetivo principal é consolidar uma sociedade de castas, em que o partido está no topo, abaixo dele os oligopolistas e por fim o povo miserável.

A atual fantasia do socialismo são os movimentos sociais e a divisão de classes. A ideologia classista promove o tribalismo e a morte da identidade do indivíduo. Transforma o indivíduo num “coletivo” e para isso ele obrigatoriamente precisa afastar o indivíduo de Deus, porque Deus reconhece cada pessoa como única e possui um plano para cada um.

5.1) Comunismo ou nazismo?

No socialismo o Estado toma controle dos meios de produção e da vida do indivíduo. 

Para Karl Marx, o socialismo precisa resultar no comunismo, em que não haverá mais propriedades privadas. Então quando se trata do socialismo marxista, o termo socialismo e comunismo podem ser sinônimos. 

Já o nazista Adolf Hitler, líder do Partido Socialista dos Trabalhadores, defende que o socialismo não deve resultar em comunismo, “Somos o verdadeiro socialismo”, disse. 

Os dois exaltam o nacionalismo ufanista, trabalhador como herói, símbolos, cores, culto ao líder, etc. Ambos querem destruir Deus, os comunistas com o ateísmo e os nazistas com o ocultismo. 

Ambos, Marx e Hitler odiavam judeus. Disse o comunista Karl Marx que “a base do judaísmo é o egoísmo e a ganância. O Deus do judaísmo é o dinheiro, o judaísmo degrada o espírito do homem, a pátria dos judeus é o comércio. Os judeus corrompem a nação e em uma sociedade ideal os judeus não existirão”. (“Sobre a questão dos judeus” - 1843).

Tanto o socialismo marxista quanto o socialismo hitlerista pregam a existência de "inimigos" dentro da sociedade que precisam ser exterminados.

O hitlerismo vitimou 6 milhões de pessoas. Já o marxismo matou 100 milhões no mundo todo.

Tópicos populares: 

6) Aborto.

O DNA é uma molécula que guarda informação genética, tudo que é necessário para formação biológica de uma pessoa. No DNA você encontra a cor do cabelo, pele, olhos, musculatura, gordura, peso, altura, longevidade, personalidade, sexo e disposição a desenvolver doenças. O DNA forma uma pessoa única no mundo e a vida começa na formação de um novo DNA. Todas as pessoas têm direito a vida, portanto aborto é assassinato. Mais em meu texto “Aborto é assassinato”. 

7) Casamento.

Casamento homossexual não existe, nunca existiu e nunca existirá. O casamento é uma instituição criada por Deus para formação da família. Se o gênero não é importante, nada impede de ser entre várias pessoas.

O objetivo do casamento é promover um ambiente estável para a criação das crianças. O casamento não é para os adultos, é para as crianças. Ele não serve para a felicidade de narcisistas. O divórcio precisa ser urgentemente abolido.

Filhos de pais separados têm consideravelmente maior tendência para desenvolver problemas de ansiedade, depressão, dependência de drogas, alcoolismo, pensamentos suicidas e tentativas de suicídio.

Também como têm menor tendência a ter uma graduação universitária, têm maior probabilidade de envolvimento com crime e menor renda financeira na vida adulta. (Exposure to single parenthood in childhood and later mental health, educational, economic, and criminal behavior outcomes).

8 ) Pedofilia.

A promoção da sexualização de crianças e adolescentes deve ser proibida. Ela está diretamente relacionada a pedofilia e a destruição da família. A pedofilia não pode ser tolerada e deve ser punida mais duramente.

9) Transexuais e transgêneros.

Em relação aos transexuais e transgêneros, trata-se apenas da saúde mental de cada indivíduo. Portanto, não deve haver nenhuma lei que forneça tratamento diferenciado a estas pessoas.

É por amor ao próximo que a cirurgia de mudança de sexo deve ser proibida. Elas não resolvem a disforia, são irreversíveis e há muitas complicações, comprometendo a saúde do indivíduo. Estudos mostram que pacientes que realizam a cirurgia tem mais risco de depressão e suicídio. 

O tratamento hormonal também deve ser proibido, ele é irreversível, causa doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, infertilidade, hipertensão, trombose e embolia pulmonar. Eu escrevi um texto apenas sobre o assunto chamado "A verdade sobre os transexuais".

10) Drogas.

Há quem diga que o uso das drogas faz parte do direito à propriedade sobre o próprio corpo, mas esta é uma afirmação contraditória, porque se a droga diminui a sua capacidade intelectual, logo você estará a perder liberdade e não a ganhar. 

O efeito das drogas e o vício das drogas diminuem a capacidade de raciocínio e da tomada de boas decisões. Uma sociedade doente não pode ser uma sociedade cristã. A propaganda de uso e liberação das drogas está diretamente ligada ao controle social promovido pelo socialismo.

Mas aviso algo óbvio, se a produção e a venda de drogas são ilegais, primeiramente o consumo precisa se tornar crime. Este setor econômico será lucrativo enquanto houver clientes. É menos trabalhoso e mais efetivo punir consumidores do que punir máfias gigantescas e poderosas. 

11) Pena de morte.

Uma restituição não é uma punição, é apenas a devolução daquilo que foi roubado. Portanto, após restituir o valor, o ladrão deve ser punido. Se todos têm direito à vida, logo a vida de todos tem o mesmo valor. Um assassino teria que repor aquilo que ele tomou da vítima, no caso a vida. A morte para um assassino não é uma punição, mas a obrigatória devolução daquilo que ele tomou, de forma que algo mais brando que isso é uma falha da justiça. 

É necessário lembrar que o objetivo da punição é desincentivar o crime. A punição é o maior inibidor do crime, mas ela nunca existirá dentro do politicamente correto. Portanto as punições sempre devem ser severas, de modo a desencorajar o transgressor. A criminalidade é uma ferramenta que os socialismo utiliza para controlar a sociedade, por meio do medo.

12) Fronteiras.

O sentimento de defesa da nação é extremamente importante na formação de uma comunidade. É preciso proteger e vigiar as bordas a fim de garantir a segurança do país. Os estrangeiros devem ser discriminados. É preciso checar se são criminosos ou se a cultura da qual vieram é compatível com a do país de destino a fim de garantir a paz e o bem estar dos moradores.

13) Prostituição.

Prostituição não é trabalho e deve ser proibida. Ela é perversa, atua contra a dignidade da mulher. Muitas prostitutas passaram por abuso sexual na infância, muitas vivem na pobreza e outras são exploradas por organizações criminosas e grandes empresas pornográficas. Este tipo de prática dificulta que elas tenham uma família, um relacionamento romântico e filhos.

14) Eutanásia.

Todo ser humano tem direito à vida. É contraditório a ideia de alguém possa recusar o direito à vida. É preciso buscar alternativas a eutanásia, até porque a permissão dela poderá resultar em abuso por parte de pacientes, família ou instituições. Além de ter a possibilidade de se tornar banal, a ponto de expandir para casos que originalmente não eram aceitos.

15) Ateísmo.

Ateísmo é uma ferramenta político-religiosa que busca remover todos os limites morais e expandir o poder do Estado. O objetivo é o controle social por políticos que decidirão tudo de acordo com a utilidade para eles. Os socialistas acreditam que Deus é um dos pilares do capitalismo, assim como a família. E neste ponto eles estão corretos. Os limites são a pré-condição para a liberdade.

A boa notícia.

"Testemunhei a chegada do Filho do Homem, envolto nas nuvens do céu. A ele foi dado domínio, glória e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é eterno e o seu reino jamais será destruído." (Daniel 7:13-14).

Seja feita a vontade de Deus.

Lousdembergue Rondon é jornalista.

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