Cuiabá, 03 de Julho de 2024
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03 de Julho de 2024

OPINIÃO Domingo, 30 de Junho de 2024, 15:22 - A | A

Domingo, 30 de Junho de 2024, 15h:22 - A | A

ALUISIO ARRUDA

O dilema do Portão do Inferno

Inicialmente interditando uma das pistas para colocação de telas de “proteção”. Para realização desse trabalho proibiu-se o trafego de ônibus, caminhões, caminhonetes carregando cargas ou puxando pequenas carretas.

ALUISIO ARRUDA

Há vários meses o Governo do Estado de MT vem tentando resolver o problema de deslizamento de pedras de arenito ou porções de terra no local conhecido como Portão do Inferno na Rodovia Cuiabá- Chapada, a 251.

Inicialmente interditando uma das pistas para colocação de telas de “proteção”. Para realização desse trabalho proibiu-se o trafego de ônibus, caminhões, caminhonetes carregando cargas ou puxando pequenas carretas.

Durante chuvas a estrada foi inúmeras vezes interditada completamente, obrigando qualquer veículo desviar para a estrada Manso-Água Fria ou pela BR 364, Campo Verde-Chapada, percorrendo cerca de 200 Km.

Após vários meses de serviços, com custos elevados, percebeu-se que aquele serviço não resolvia o problema. Nem era preciso ser profissional da área para perceber que tal ação era inadequada visto que o material deslizava da parte superior da montanha e não da parte baixa onde foram colocadas frágeis telas.

O serviço para retirada de pedras soltas na parte superior poderia ter sido feito com guindastes com braços longos e uma caçamba na ponta, muito usado para retirar ou levar materiais em altos edifícios. Isso seria feito com os guindastes estacionados nas laterais, sem a necessidade de interditar a estrada.

Meses de serviços e gastos públicos desperdiçados, além de incalculáveis prejuízos causados a comerciantes, empreendedores, empresas, à arrecadação da Prefeitura, ao turismo e a toda população, o Governo do Estado apresenta um novo projeto chamado de Retaludamento e reformatação da Rodovia no local.

Esse trabalho está sendo questionado por vários profissionais da área, assim como por um Laudo Técnico elaborado por especialistas da Universidade Federal a pedido da Prefeitura de Chapada dos Guimarães.

Respondendo a esse Laudo o Governador disse de forma peremptória que qualquer um pode dar “pitaco”, mas o governo já tem a sua opinião e encaminhamento, e que a ordem de serviço já fora expedida.

No entanto cabe a qualquer cidadão, principalmente os que utilizam frequentemente a rodovia, e que já sofrem por meses considerável prejuízo, perguntar: se essa seria a melhor solução, a mais segura e principalmente que poderia evitar a completa interdição da Rodovia até por longo período.

Como Construtor e Arquiteto atuando por várias décadas, sugeri em artigo anterior que uma obra mais segura, rápida e sem a necessidade de interditar a pista seria a construção de um Viaduto na lateral do já existente, mesmo que fosse em estrutura metálica, estaiada (tipo a ponte Sergio Mota)
Mesmo sendo de custo supostamente maior, seria uma obra segura, sem necessidade de interdição da Rodovia, do transtorno “Para e Siga”, sem causar a diminuição do fluxo de veículos para Chapada e dos incalculáveis prejuízos que ainda serão causados.

Tudo isso além do risco de desmoronamento que além de interditar completamente a rodovia poderá causar mortes de trabalhadores ou mesmo de condutores e passageiros de veículos que estariam passando pelo local.

Mas o governador não quer saber de “Pitaco”, então que arque com os riscos e as consequências que poderão ocorrer.

(*) ALUISIO ARRUDA é Jornalista, Arquiteto e Urbanista, membro do PC do B-MT

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