O "efeito da exposição mera", teorizado por Daniel Kahneman em seu livro "Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar", descreve nossa tendência de preferir, inconscientemente, coisas familiares ou experiências com as quais fomos expostos repetidamente. Esse efeito ocorre mesmo quando não há uma justificativa racional para essa preferência. 

Um exemplo cotidiano do efeito da exposição mera é observado em nossas escolhas de consumo. Marcas ou produtos que nos são familiares devido à exposição massiva em propagandas ou mídia tendem a ser mais atraentes para nós, mesmo que produtos similares ofereçam melhor qualidade ou preço mais competitivo. A familiaridade cria uma ilusão de confiabilidade e conforto, influenciando nossas preferências de compra. 

Outro exemplo é quando selecionamos a mesma opção de refeição em um restaurante, mesmo que haja diversas escolhas disponíveis. A exposição prévia a um prato familiar e a sensação de segurança que ele proporciona podem nos levar a fazer a mesma escolha repetidamente, perdendo a oportunidade de experimentar algo novo.

O efeito da exposição mera também ocorre em relacionamentos interpessoais. Tendemos a ser atraídos por pessoas que conhecemos há bastante tempo ou que já vimos com frequência, simplesmente porque elas são familiares e nos sentimos confortáveis com sua presença, mesmo que existam outras pessoas altamente compatíveis e interessantes para conhecer. 

Ao reconhecer o efeito da exposição mera, devemos estar cientes de como nossas escolhas podem ser influenciadas pela familiaridade. É importante que ampliemos nossas perspectivas, busquemos novas experiências e consideremos cuidadosamente nossas preferências, para que não sejamos limitados apenas pelo que é familiar, perdendo oportunidades valiosas de crescimento e descoberta.

Thiago Vinicius Pinheiro da Silva é secretário-adjunto de Administração Sistêmica da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso. 

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