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BRASIL Terça-feira, 02 de Julho de 2024, 08:20 - A | A

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no 1º semestre

Núcleo de incêndios no Pantanal, Corumbá tem 1/3 de queimadas no país

Cidade também é a que mais desmatou no Pantanal, impactando 52,8% do território do município

Um Só Planeta

O município de Corumbá (MS), que concentra 66% dos incêndios que assolam o Pantanal em 2024, foi origem de um terço de todas as queimadas registradas no primeiro semestre no Brasil pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Até o dia 30 de junho, a cidade teve 2.356 focos de incêndio, uma parcela de 33,5% de todos os registros nacionais nos primeiros seis meses do ano.

Os dados de focos de incêndio para todo do Pantanal apontam 3.538 focos registrados no semestre, em uma temporada que já ultrapassa em mais de mil queimadas o primeiro semestre de 2020, até então pior ano já visto na história do bioma. Este ano, o governo federal já trabalha com a informação de se tratar da pior seca em 70 anos na região.

"Corumbá é o maior município do Pantanal, e além disso possui as áreas mais inundáveis, com muita biomassa. A chance de megaincêndios nessa área é maior", afirma o professor Geraldo Damasceno, do Núcleo de Estudos do Fogo da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

Nesta segunda-feira (1), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a Polícia Federal investiga a origem de 18 focos de incêndio em propriedades privadas na área de Corumbá, que seriam a origem de grande parte das queimadas que ameaçam o bioma em 2024. Segundo informações oficiais, todos os incêndios vistos no Pantanal têm origem humana nesta temporada.

Este ano, o município de Corumbá responde por metade dos incêndios em Mato Grosso do Sul e também é o que mais desmatou no Pantanal, atingindo 52,8% do seu território. A cidade é o município do Brasil com maior área queimada desde 1985 no monitoramento do MapBiomas Fogo, incluindo regiões incendiadas mais de uma vez.

Para o secretário nacional de controle do desmatamento e ordenamento ambiental territorial do MMA, André Lima, existe uma relação direta entre desmatamento e incêndios. “Não é por acaso que a maior parte dos incêndios estão no município que mais desmata, Corumbá”, afirmou, em conversa com Um Só Planeta na última semana. Ele cita a “tríplice convergência” – a soma de mudança climática, desmatamento nas cabeceiras do Pantanal, impactando o sistema hidrológico, e incêndios intencionais, praticados pela população.

O Rio Paraguai, vital para a bacia hidrográfica da região, está mais de 3 metros abaixo do esperado em alguns pontos, como os municípios de Ladário (MS) e Porto Murtinho (MS), informa o Serviço Geológico do Brasil (SGB). Ladário é cidade vizinha a Corumbá.

Números das queimadas no semestre
O top 5 do semestre contém, além de Corumbá, três cidades de Roraima, estado que registrou muitas queimadas ainda na influência da seca de 2023 que atingiu a Amazônia. Formam a lista Caracaraí (RR), Mucajaí (RR), Rorainópolis (RR) e Feliz Natal (MT).

As duas situações juntas, na Amazônia e no Pantanal, tiveram grande contribuição para que os incêndios florestais no 1º semestre gerassem as maiores emissões de CO2 provenientes de queimadas em 20 anos no Brasil, segundo dados do observatório espacial europeu, Copernicus.

O Mato Grosso foi o estado com maior recorrência do fogo (8.798 registros), seguido de Roraima (4.627) e Mato Grosso do Sul (4.000).

O Brasil ficou atrás apenas da Venezuela na América do Sul. O país vizinho teve 38.136 registros de incêndio segundo o acompanhamento via satélite do Inpe. No caso do Brasil, foram 35.938 nos primeiros seis meses do ano.

Analisando os biomas brasileiros, o Pantanal perde espaço para o Cerrado, que ficou em segundo lugar em número de incêndios florestais (13.229), logo atrás da Amazônia, que liderou com 13.489, ou 37,5% do total entre os biomas.

FAB lança 12 mil litros de água por voo
Para combater os incêndios no Pantanal, a Força Aérea Brasileira está fazendo voos com 12 mil litros de água com a adição de um produto químico que ajuda a pôr fim às chamas e impede a volta do fogo.

Segundo o Governo do Mato Grosso do Sul, diversos órgãos e agências estaduais e federais atuam em conjunto na ação. Desde abril, as frentes de ações já mobilizaram mais de 400 bombeiros militares do Estado.

Além disso, mais 300 agentes federais, incluindo brigadistas e a Força Nacional, reforçam as ações na região e devem ficar por pelo menos 60 dias.

 

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