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INTERNACIONAL Quarta-feira, 29 de Janeiro de 2025, 14:48 - A | A

Quarta-feira, 29 de Janeiro de 2025, 14h:48 - A | A

600 mil pessoas

Governo Trump revoga status de proteção para venezuelanos: 'Sacos de lixo', diz secretária

G1

O governo de Donald Trump revogou nesta quarta-feira (29) uma extensão do Status de Proteção Temporária (TPS) para venezuelanos determinada por Joe Biden pouco antes de deixar o cargo. A medida permitia que mais de 600 mil pessoas vivam e trabalhem nos Estados Unidos.

"O povo deste país quer esses sacos de lixo fora. Eles querem que suas comunidades estejam seguras", disse a secretária do Departamento de Segurança Interna (DHS), Kristi Noem, ao anunciar a decisão na Fox News.

"Interrompemos isso. Hoje assinamos uma ordem executiva" no DHS estipulando que "não íamos seguir com o que ele fez para amarrar nossas mãos", complementou, referindo-se ao seu antecessor, Alejandro Mayorkas.

"Supunha que poderiam ficar aqui e violar nossas leis por mais 18 meses", mas "vamos seguir o processo e avaliar todos esses indivíduos que estão em nosso país", insistiu.

Em 10 de janeiro, dia da posse presidencial de Nicolás Maduro em Caracas, o governo Biden prolongou o TPS por 18 meses para os venezuelanos "devido à grave emergência humanitária que o país continua enfrentando devido às crises políticas e econômicas".

Com isso, os venezuelanos teriam status de proteção até outubro de 2026.

O TPS é um programa estabelecido pelo Congresso para cidadãos estrangeiros que não podem retornar de forma segura ao seu país devido a desastres naturais, conflitos armados ou outras condições extraordinárias.

De acordo com o Pew Research Center, havia 1,2 milhão de pessoas elegíveis para o TPS ou que já haviam se beneficiado do programa até março de 2024, sendo os venezuelanos o grupo mais numeroso.

Assim que assumiu o cargo, há pouco mais de uma semana, Trump declarou emergência nacional na fronteira com o México e começou a destruir o legado de Biden em todos os setores com uma série de decretos.

O republicano acabou com a permissão de permanência temporária concedida a imigrantes de Venezuela, Cuba, Haiti e Nicarágua que tenham um patrocinador nos Estados Unidos. O novo presidente também desativou o "CBP One", que permitia agendar uma entrevista para pedidos de asilo.

Trump também reativou o programa "Fique no México", implementado em seu primeiro mandato, para que os imigrantes aguardam o desfecho do processo migratório do outro lado da fronteira.

O republicano ordenou operações de busca de imigrantes, o que já resultou na prisão de centenas de pessoas. Segundo a imprensa americana, alguns dos detidos não têm antecedentes criminais.

Trump prometeu expulsar primeiro os migrantes em situação irregular com antecedentes criminais. No entanto, na terça-feira (28), a porta-voz Karoline Leavitt afirmou que o governo considera "criminoso" qualquer pessoa que tenha entrado "ilegalmente nos Estados Unidos".

Muitos desses imigrantes são latino-americanos que fugiram da pobreza e da violência.

As organizações de defesa dos imigrantes e os democratas protestaram, mas a secretária Kristi Noem os acusa de querer proteger as gangues.

"Estão completamente desconectados das pessoas de suas cidades e comunidades", afirmou à Fox.

"O que esses líderes democratas estão dizendo é 'queremos proteger os cartéis, queremos proteger as gangues, queremos garantir que as pessoas continuem morrendo por armas, violência e drogas'", declarou.

Estatísticas oficiais do FBI indicam que os crimes violentos diminuíram nos Estados Unidos nos últimos anos.

 

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