Cerca de 300 soldados norte-coreanos morreram na guerra da Rússia com a Ucrânia e outros 2,7 mil ficaram feridos, disse o parlamentar sul-coreano, Lee Seong-kweun, após participar da apresentação de um relatório de inteligência de Seul nesta segunda-feira (13).
A divulgação do relatório ocorre em meio a acusações da Ucrânia, Estados Unidos e Coreia do Sul de que a Coreia do Norte enviou mais de 10 mil soldados para ajudar a Rússia na guerra contra a Ucrânia.
Em novembro de 2024, em Pyongyang, capital da Coreia do Norte, Putin e Kim Jong-un assinaram pactos de defesa mútua. Desde o encontro, os líderes aprofundaram parcerias estratégicas e tratados militares.
No mês passado, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que 3 mil soldados norte-coreanos foram mortos ou feridos no conflito. Seul apresentou números distintos, afirmando que 1 mil soldados da Coreia do Norte haviam sido removidos do conflito.
No sábado (11), Zelensky afirmou que dois soldados norte-coreanos foram capturados na região russa de Kursk e estavam sendo interrogados em Kiev. Assessores do Kremlin e de Kim Jong-un não reconheceram que tropas norte-coreanas foram enviadas à guerra para combater as forças ucranianas.
“O NIS (Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul), por meio de cooperação em tempo real com a agência de inteligência da Ucrânia (SBU), confirmou que o exército ucraniano capturou dois soldados norte-coreanos no dia 9 de janeiro no campo de batalha de Kursk, na Rússia”, disse a inteligência sul-coreana.
No dia da captura, a SBU divulgou um vídeo mostrando dois homens em macas de hospital, um com as mãos enfaixadas e o outro com a mandíbula imobilizada. Um médico do centro de detenção disse que um deles também tinha uma perna quebrada. A SBU afirmou que os homens disseram aos interrogadores que eram soldados do exército norte-coreano.
Kiev, no entanto, não apresentou provas concretas de que os homens capturados fossem norte-coreanos. Agências internacionais de notícias também não conseguiram verificar a nacionalidade dos combatentes capturados.
O suposto envolvimento de um exército estrangeiro no conflito representa uma escalada significativa na invasão russa à Ucrânia, que começou há quase três anos.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou no domingo (12) que está disposto a entregar à Coreia do Norte os dois supostos soldados de Pyongyang, em uma troca por militares ucranianos presos na Rússia.
“A Ucrânia está disposta a entregar a Kim Jong-un seus soldados, se ele puder organizar uma troca por nossos combatentes detidos na Rússia”, escreveu Zelensky na rede social X, antigo Twitter. “Para os soldados norte-coreanos que não desejam retornar, pode haver outras opções disponíveis. Em particular, aqueles que expressarem o desejo de trazer a paz para mais perto, espalhando a verdade sobre esta guerra em coreano, terão essa oportunidade”.
Reação internacional
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, declarou neste mês que Washington acredita que a Rússia está ampliando sua cooperação espacial com a Coreia do Norte em troca de tropas para lutar na Ucrânia.
“A República Democrática da Coreia está recebendo equipamentos e treinamento militar russos. Agora temos razões para acreditar que Moscou pretende compartilhar tecnologia espacial e de satélites avançada com Pyongyang”, declarou Blinken durante visita à Seul.
Blinken, assim como a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, afirmou que os Estados Unidos acreditam que a Rússia “poderia estar próxima” de reconhecer formalmente o status da Coreia do Norte como potência nuclear.
Em uma carta de Ano Novo, o líder norte-coreano Kim Jong-un elogiou o presidente russo Vladimir Putin e fez uma possível referência à guerra na Ucrânia. O líder norte-coreano afirmou que 2025 seria o ano “em que o exército e o povo russos derrotarão o neonazismo e alcançarão uma grande vitória”.
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