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ESPORTE Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2025, 10:56 - A | A

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Extracampo

Influenciador do Botafogo é baleado por PM no Rio após ser confundido com assaltante

Igor Melo de Carvalho, de 32 anos, saía de bar onde trabalha como garçom e ia para casa de moto quando foi baleado por um PM

JOGADA 10

A Polícia Civil investiga o caso do homem de 32 anos que foi baleado por um policial militar da reserva na madrugada de segunda-feira, 24, após deixar o trabalho na Penha, na Zona Norte do Rio. Segundo informações dos familiares, Igor Melo de Carvalho foi acusado por uma mulher de um assalto que não cometeu. Universitário e torcedor do Botafogo, ele se dividia entre funções para custear o sonho de se tornar jornalista esportivo.

 

 

De acordo com a Polícia Militar, o autor dos disparos agiu após sua esposa acusar Igor de ter participado do roubo de seu aparelho de celular – cerca de uma hora antes do ocorrido. A versão do crime, porém, diverge das imagens das câmeras de segurança do local de trabalho da vítima, a casa de samba Batuq, onde é garçom aos finais de semana.

Igor Melo posta no canal  “Informe Botafogo”, onde investe na cobertura diária do Glorioso. Também participa do “Vitrine Esportiva”. Torcedores do clube se uniram a rubro-negros, tricolores, vascaínos e companheiros de profissão da vítima, a exemplo do influencer Braune, para seguir a página e ajudar a família enquanto buscam por justiça.

O caso: influenciador do Botafogo é baleado pelas costas

Segundo relatos da casa de samba, Igor cumpriu seu turno como garçom e solicitou uma moto por aplicativo, usando o uniforme de trabalho, para retornar à casa no bairro Turiaçu. A esposa da vítima, Marina Moura, mostrou prints do horário da corrida, por volta de 1h30 da manhã de segunda-feira, 24, com origem na Rua Belizário Pena, na Penha.

 

Ao se aproximar do Viaduto João XXIII, a vítima percebeu que um carro perseguia a moto e, de repente, efetuou os disparos. Igor acabou atingido nas costas e foi levado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde passou por uma cirurgia de remoção do rim. Seu quadro ainda demanda cuidados, mas a esposa afirma que já teve contato com ele após a operação.

No carro que o perseguia estavam a mulher que o acusou de roubo, e seu marido, o policial militar responsável pelos disparos. A vítima do assalto alegou inicialmente que Igor participou do furto envolvendo seu aparelho celular horas antes do ocorrido.

“Tudo isso se deu porque ele está sendo acusado de roubo por uma mulher. Temos relatos de um policial que estava lá e que a mulher estava visivelmente bêbada”, escreveu Marina Moura pouco após o ocorrido.

 

Mulher de atirador volta atrás e inocenta Igor

Ainda de acordo com relatos, a vítima não recebeu socorro dos atiradores, mas conseguiu enviar sua localização aos colegas que deixaram a casa de samba junto com ele. A mulher esteve no hospital, acompanhada do atirador, e reconheceu como um dos autores do roubo. A partir disso, o homem passou a ficar internado sob custódia.

Na tarde de segunda, 24, a mulher do PM retornou ao hospital e descartou a participação de Igor no crime. A Polícia Civil não justificou, ao menos por ora, o motivo de Igor Melo permanecer sob custódia no hospital mesmo após a nova versão. O caso segue sob investigação.

 

A versão da Polícia Militar

O caso está registrado na 22ª DP (na Penha) e acompanhado de perto pela Comissão Popular de Direitos Humanos, que esteve na delegacia solicitando esclarecimentos sobre o caso. Em nota, a PM informou que recebeu uma ocorrência de invasão a domicílio na Avenida Lobo Júnior, também no bairro da Penha.

No local, os agentes constataram que dois suspeitos, que trafegavam em uma motocicleta, foram alvo de disparos de arma de fogo. Igor Melo acabou atingido por um revólver calibre 38, enquanto o condutor está detido.

Versão da família

Marina Moura recolheu imagens das câmeras de segurança do local de trabalho, prints da corrida e mensagens de texto para comprovar a inocência de Igor. A partir daí, iniciou-se um movimento nas redes sociais em que se cobra por justiça. À TV Globo, a mulher afirmou que, ao acordar, o torcedor do Botafogo perguntou sobre o filho.

 

“Ele é trabalhador, sonhador. Quer se tornar jornalista esportivo, sobretudo porque ama o Botafogo. Agora ele trabalha em três empregos pra ajudar em casa: inspetor no Celso Lisboa e para complementar a renda, bem como boa parte dos brasileiros, trabalha aos finais de semana como garçom. Mas ele ainda trabalha como ambulante no carnaval. Isso para dar o máximo de conforto para gente, mas sonha com o jornalismo”, contou.

“Porém, ele nunca se envolveu em coisa errada. Quando ele acordou, ele perguntou do nosso filho e disse que não tinha culpa de nada. Mas eu não sabia do que estava acontecendo, então eu disse a ele que ele não tem culpa de nada. Eu conheço o meu esposo. Está acontecendo uma injustiça e um racismo. Mas a bala atinge sempre um corpo preto. Hoje a gente poderia estar chorando a morte dele”, salientou.

Página do Botafogo

A página de Igor tinha um alcance pequeno, apesar dos mais de três mil seguidores, e torcedores de todos os clubes – não apenas do Botafogo – começaram a se mobilizar para seguir o perfil. Há, ainda, um movimento de justiça movido por setoristas, jornalistas esportivos, influencers e colegas da vítima nas redes sociais.

 

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