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INTERNACIONAL Quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2025, 14:30 - A | A

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guerra no Oriente Médio

Após devolução de corpos de reféns, Netanyahu promete eliminar o Hamas

Israelenses ficaram em luto após devolução dos corpos de quatro reféns, entre eles a mãe e dois filhos da família Bibas, símbolo do sofrimento dos reféns mantidos em Gaza

G1

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu nesta quinta-feira (20) eliminar o grupo terrorista Hamas. A fala do premiê ocorre após a devolução dos corpos de quatro reféns israelenses, três deles da família Bibas, o que causou comoção nacional entre os israelenses.

 "Neste dia, estamos todos unidos em uma dor insuportável. Todos sentimos uma dor misturada com fúria. Todos estamos indignados com os monstros do Hamas. (...) Nosso coração está partido, mas nosso espírito não está quebrado. E com esse espírito: traremos todos os nossos reféns de volta, destruiremos os assassinos e erradicaremos o Hamas", afirmou Netanyahu em pronunciamento publicado no X.

A promessa de Netanyahu de eliminar o grupo terrorista palestino é inédita desde o cessar-fogo na guerra entrar em vigor, em 19 de janeiro, e pode colocar novamente a trégua em risco. Recentemente, o acordo ficou "por um fio" de ser rompido após ambos os lados se acusaram de violações e o Hamas ter ameaçado suspender a entrega de novos reféns.

Na fala desta quinta-feira, Netanyahu também prometeu trazer todos os reféns israelenses de volta. Segundo estimativas, ainda há 66 reféns sob o poder do Hamas na Faixa de Gaza, dos quais Israel acredita que 30 estejam mortos.

Até o momento, 23 dos 33 reféns israelenses (vivos ou mortos) que o Hamas teria que devolver para Israel na primeira fase do acordo de cessar-fogo já foram entregues —19 libertados em vida, e os quatro corpos entregues nesta quinta-feira.

Os restos mortais de Shiri Bibas, israelense de origem argentina, e seus filhos Kfir Bibas, de nove meses, e Ariel Bibas, de 4 anos, além do idoso Oded Lifschitz, de 83 anos, foram entregues em caixões pretos pelo Hamas à Cruz Vermelha em Khan Younis, em Gaza. A ONU repudiou a forma como a entrega ocorreu.

Em Israel, o clima é de luto com a entrega dos corpos, que confirma as mortes da família Bibas. A família era considerada o símbolo do sofrimento dos reféns israelenses. Israelenses se juntaram em diversos locais do país para prestar homenagens durante o transporte dos caixões.

 Devolução de corpos

O grupo terrorista Hamas entregou na manhã desta quinta-feira os restos mortais de um bebê, uma criança, a mãe deles e um idoso em caixões preto. O bebê tinha nove meses e era o mais jovem dos reféns israelenses do Hamas mantidos na Faixa de Gaza.

Três dos restos mortais são da família Bibas, símbolo em Israel do sofrimento dos reféns mantidos em Gaza: Shiri Bibas, de origem argentina, dos filhos dela Kfir Bibas, de nove meses, e Ariel Bibas, de 4 anos. O idoso Oded Lifschitz, de 83 anos, é o quarto corpo entregue. Os restos mortais passarão por exames de DNA.

A entrega, que faz parte do acordo de cessar-fogo em vigor desde 19 de janeiro, aconteceu em Khan Younis, na Faixa de Gaza. Os restos mortais foram entregues em caixões pretos para integrantes de Cruz Vermelha, responsáveis por levá-los até Israel. O governo israelense confirmou a entrega dos corpos.

A ONU condenou a forma como o Hamas entregou os corpos dos reféns. O chefe de Direitos Humanos das ONU, Volker Turk, disse que o desfile de corpos em Gaza foi abominável e vai contra o direito internacional.

As vítimas tinham sido feitas reféns no ataque realizado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou 1,2 mil pessoas em Israel. Outras 251 foram sequestradas pelo grupo terrorista. A retaliação israelense, que lançou uma guerra contra o grupo terrorista, deixou cerca de 48 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, e destruiu cidades inteiras no território palestino.

No momento da entrega dos corpos, o Hamas reafirmou uma alegação de novembro de 2023, de que a mãe e os meninos Bibas haviam sido mortos em um ataque aéreo israelense durante a guerra. As mortes, no entanto, nunca foram confirmadas pelas autoridades de Israel.

"Agonia. Sofrimento. Não há palavras. Nossos corações — os corações de uma nação inteira — estão devastados. Em nome do Estado de Israel, inclino minha cabeça e peço perdão. Perdão por não proteger vocês naquele dia terrível. Perdão por não trazê-los para casa com vida", afirmou Herzog em publicação no X após a entrega dos corpos.

O marido de Shiri, Yarden Bibas, e pais das crianças, também era mantido como refém pelo grupo palestino. Ele estava entre os que foram libertados em 1º de fevereiro. A família Bibas tinha sido sequestrada na comunidade agrícola de Nir Oz, que fica próximo à Faixa de Gaza e perdeu cerca de um quarto de seus habitantes, entre mortos e sequestrados, durante o ataque de 7 de outubro.

"Shiri e as crianças se tornaram um símbolo", disse Yiftach Cohen, morador do kibutz da família Bibas.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou em uma breve declaração em vídeo que esta quinta-feira seria "muito difícil para o Estado de Israel, um dia angustiante, de luto."

Netanyahu foi alvo de protesto de familiares de reféns que ainda estão em poder do Hamas, na segunda-feira (17), quando foram completados 500 dias de cativeiro. Com fotos dos reféns, dezenas de pessoas marcharam até a casa do premiê entoando palavras de ordem.

 Até esta quinta, 19 reféns israelenses foram libertados pelo grupo terrorista como parte da primeira fase do acordo de cessar-fogo, além de cinco tailandeses. Em troca, mais de 1,1 mil palestinos que estavam presos em cadeias israelenses foram soltos.

Na primeira fase do acordo, o Hamas concordou em liberar um total de 33 reféns israelenses —e já havia avisado que alguns deles estavam mortos— em troca de 2 mil prisioneiros palestinos. No sábado (22), o grupo terrorista prometeu libertar mais seis reféns vivos.

2ª fase do acordo em negociação

As negociações para uma segunda fase do cessar-fogo, que deve garantir o retorno a Israel de todos os cerca de 60 reféns restantes na Faixa de Gaza, começaram nesta semana. Segundo a Reuters, menos da metade deles são considerados vivos.

A trégua deverá contemplar também a retirada completa das tropas israelenses da Faixa de Gaza para possibilitar o fim da guerra. No entanto, as perspectivas para um acordo permanecem incertas.

Na quarta-feira (19), o Hamas informou que está disposto a libertar todos os reféns que permanecem na Faixa de Gaza durante a segunda fase do acordo, conforme declaração de Taher al-Nunu, um líder do grupo terrorista palestino.

"Informamos aos mediadores de que o Hamas está disposto a libertar todos os reféns de uma só vez durante a segunda fase do acordo, e não por etapas como na primeira fase em curso", disse ele à agência de notícias AFP.

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