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POLÍTICA & PODER Domingo, 07 de Julho de 2024, 08:02 - A | A

Domingo, 07 de Julho de 2024, 08h:02 - A | A

'Voz da urna'

Cantora com deficiência visual fala sobre inclusão de PcDs no processo eleitoral

Redação

O segundo dia do XXI Encontro Nacional do Colégio de Dirigentes das Escolas Judiciárias Eleitorais (Codeje), realizado nesta sexta-feira (5), tratou, entre outros temas, da participação da Justiça Eleitoral na luta contra o capacitismo, caracterizado por atos que subestimam a capacidade de pessoas com deficiência.  

A cantora Sara Bentes, dona da voz sintetizada "Letícia", que será usada nas urnas eletrônicas a partir das Eleições Municipais 2024, foi uma das participantes. O evento aconteceu ontem e hoje, na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), em Curitiba. 

A artista, que nasceu com deficiência visual, integrou o painel “O papel das EJEs [Escolas Judiciárias Eleitorais] no combate ao capacitismo”. Na ocasião, além de contar como se tornou a nova voz da urna eletrônica, que dará instruções para pessoas cegas e com baixa visão, ela também reforçou a importância da inclusão de PcDs no processo eleitoral como um todo. “Quando colocamos a voz de uma pessoa com deficiência para auxiliar outras pessoas com deficiência, estamos dizendo para a sociedade que a gente pode muito mais do que imaginamos e do que as pessoas esperam da gente”, relatou.  

O secretário de Comunicação do TRE de Goiás (TRE-GO), Brazil Nunes, que tem deficiência motora, falou sobre as conquistas das PcDs, apesar dos preconceitos ainda enraizados na sociedade. “Quando a Justiça Eleitoral mostra que o mesário com deficiência é importante, está indicando que ele é profissional qualificado e pode ser um representante, um candidato e, sobretudo, alguém com cidadania”. 

O presidente do TRE-PR, desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, conduziu o encerramento do painel, que foi mediado pela coordenadora de Comunicação Social do regional, Melissa Medroni. Ele ressaltou a necessidade de atuação em prol da visibilidade de pessoas com deficiência e apresentou as campanhas do TRE do Paraná relacionadas à inclusão.  

Como a voz de Sara parou na urna? 

Atendendo a uma sugestão feita pela Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB), a Seção de Voto Informatizado do Tribunal Superior Eleitoral (Sevin/TSE) modificou toda a tecnologia por trás do sintetizador anterior, instalado nos equipamentos em 2020. O objetivo foi tornar mais natural e inteligível a voz que dará instruções básicas para o início da votação e informará o cargo em votação no momento, os nomes e os números das candidaturas escolhidas. 

processo de integração do novo recurso foi realizado por meio do RHVoice, um software livre, criado por programadores cegos, que converte o texto em fala e funciona como uma espécie de “banco de vozes” público. Na versão brasileira do recurso, é usada a voz sintetizada "Letícia", que pertence à cantora Sara Bentes. 

Inclusão e acessibilidade 

A garantia da plena inclusão das eleitoras e dos eleitores com deficiência no processo de escolha de representantes é uma das missões da Justiça Eleitoral. Além da voz "Letícia" e do inconfundível “pilili”, alerta sonoro emitido pela urna que indica o término da votação, o equipamento conta com outros recursos de acessibilidade, como:  

  • sistema Braille e identificação da tecla “5” do teclado da urna, que é similar ao do telefone; 
  • apresentação de um intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) na tela para informar às eleitoras e aos eleitores com deficiência auditiva os cargos que estão em votação no momento. 

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